quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Fisioterapia Vascular

O fisioterapeuta vascular atua junto ao paciente portador de doenças vasculares de diversas formas: 

Tanto participando do tratamento  da doença como (por exemplo às úlceras venosas); quanto no tratamento de sintomas relacionados à patologia (por exemplo claudicação intermitente), e também no tratamento de seqüelas da doença já instalada como por exemplo no pé diabético. Além dos exemplos citados, existem diversas outras situações em que o paciente se beneficia de fisioterapia vascular, tais como: linfedemas e edemas venosos, dor por aderências cicatriciais, pós cirurgias de varizes, síndrome do desfiladeiro, etc.

Prevenção de Quedas em Idosos


Como prevenir a queda dos idosos

Não é uma tarefa fácil prevenir quedas do idoso. Para controle e prevenção das quedas é necessária abordagem multidisciplinar incluindo medidas de prevenção, mudanças de hábitos, tratamento médico, fisioterápico e psicológico. Há necessidade de convencer o idoso a mudar alguns hábitos, o que, às vezes, é a parte mais difícil do tratamento. Várias são as abordagens possíveis:

  1. Orientação sobre risco de quedas e suas conseqüências e sobre a importância da mudanças de alguns hábitos como passar a usar bengala ou andador no casos indicados;
  2. Avaliação médica incluindo: testes cognitivos, de marcha e equilíbrio, verificação do uso excessivo de medicamentos e avaliação da presença de co-morbidades como depressão; avaliação anual da visão e dos pés; avaliação da acuidade auditiva quando houver suspeita de comprometimento; avaliação do estado nutricional e medidas de promoção à saúde com prescrição de cálcio e vitamina D para prevenir osteoporose e tratamento da osteoporose quando necessário com utilização de bifosfonados.
  3. Avaliação do ambiente em que o idoso vive: dentro de casa adaptando-a aos idosos com retirada de tapetes, móveis baixos e fios que possam atrapalhar a passagem; instalação de barras de apoio no banheiro (box e vaso), colocação de cadeira de plástico no box nos casos indicados;
  4. Prática de exercícios físicos mesmo nos idosos mais frágeis ou que usam bengala, andadores ou estão em cadeira de rodas para: melhora da marcha e do equilíbrio, fortalecimento de musculatura principalmente das pernas, aumentar a amplitude do movimento das articulações; alongamento e aumento da flexibilidade articular. O objetivo final é manter o idoso ativo, o que já diminui o risco de quedas. 
  5. Evitar a síndrome da imobilidade com suporte psicológico adequado.
  6. Incluir na reabilitação, a terapia ocupacional para melhorar as condições de moradia e instrumentalizando o idoso a cuidar de si próprio.
  7. A colocação de alarmes e telefones numa altura, que possam ser utilizados do chão, facilita o socorro de idosos que caem e moram ou estão sozinhos no momento do evento.
O box abaixo lista  pontos importantes de serem eliminados na casa do idoso e seus hábitos com o objetivo de prevenir quedas.

r quedas

Cuidados em casa

Muitas vezes são necessárias adaptações para evitar acidentes em casas de idosos
©iStockphoto.com/Alistair Forrester
Muitas vezes são necessárias adaptações para
evitar acidentes em casas de idosos

Elimine os perigos da residência como:
  • Ambientes com pouca luminosidade
  • Tapetes que escorregam
  • Fios de telefone ou eletricidade soltos
  • Desorganização: objetos, brinquedos espalhados pelo chão
Acrescente medidas de segurança como
  • Barras de apoio no banheiro, no box
  • Iluminação noturna (abajur ao lado da cama, corredor)
  • Capachos não deslizantes
Cuidados do próprio idoso
  • Usar sapatos com solado de borracha, anti-derrapantes, não flexíveis e sem saltos
  • Caminhar sem pressa  especialmente em lugares desconhecidos
  • Não tomar bebidas alcóolicas
  • Informar ao  médico e enfermeira  se você tiver tonturas,problemas de visão ou de equilíbrio
  • Fazer avaliação periódica de visão
  • Não usar medicamentos sem autorização  médica
  • Fazer atividade física moderada e regular, com orientação médica

A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NA GERIATRIA


Os avanços médicos das últimas décadas promoveram a queda da mortalidade entre as doenças infecciosas, beneficiando os grupos mais jovens da população. Estes “sobreviventes” passam a viver mais e expostos a fatores de risco para doenças crônico-degenerativas.
O segmento que cresce mais rápido é o de pessoas acima de 75 anos. Estes 12% idosos ocupam 33% do tempo do medico e a usam 25% das medicações prescritas. Além disso, são responsáveis por 40% das admissões hospitalares. A previsão para os próximos 20 anos é um aumento de idosos atingindo 18% do total da população, com grande impacto econômico social.
No Brasil, 5,85% da população é maior de 65 anos. No período de 1950 a 2025, o número de idosos no país deverá aumentar em 15 vezes, enquanto o restante da população em 5 vezes (Projeções da Organização Mundial de Saúde, OMS). O país ocupará o 6.° lugar no mundo quanto ao contingente de idosos, alcançando 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, em 2025.
Como decorrência do crescimento da população idosa e do aumento da longevidade, as doenças do aparelho cardio circulatório continuarão a liderar as estatísticas de letalidade, seguidas pelos cânceres e por outras doenças crônicas, como as do aparelho respiratório, e osteoarticular.
Alia-se a estas mudanças o aumento do tabagismo, apesar das campanhas anti-tabágico, diminuição das atividades físicas diárias, mudança do perfil de dieta (rica em calorias e gorduras) e aumento do estresse. Estes fatos fazem surgir cada vez mais casos de obesidade, dislipidemia (alterações do colesterol e triglicérides), hipertensão arterial sistêmica e aumento de resistência à insulina (componentes da síndrome metabólica). Todos estes fatos juntos predispõe as doenças cardiovasculares.Este tipo de transição epidemiológica obrigará a readequar os programas de saúde pública, com prioridade para as medidas assistenciais e preventivas para as doenças não transmissíveis, e programas sociais com forte ação na socialização do idoso e seu retorno a vida ativa no mercado de trabalho.
Para cuidarmos dos idosos que as atuais conjunturas populacionais estão criando, necessitamos de profissionalizar os jovens prevendo para as próximas décadas o seu ingresso no futuro contingente de idosos. Pois, como sabemos, o emprego, é um fator determinante por toda a vida adulta, tendo grande impacto sobre a preparação, sob o aspecto financeiro, da pessoa para a velhice.


Papel da fisioterapia

O fisioterapeuta deste século deverá estar preparado para atuar na equipe multi e interdisciplinar, conhecendo os múltiplos aspectos das doenças crônicas e principalmente, das condições bio-psico-sociais dos idosos. O papel preventivo deverá sobrepujar o caráter reabilitatório das fisioterapias atuais. A atuação integrada do fisioterapeuta deverá ser sentida de forma consistente em todos os níveis de atendimento ao idoso. Procurando agir nos ambulatórios e consultórios médicos, evitando-se a hospitalização, que é considerada fator de risco de óbitos por provocar condições que agravam a saúde, como infecções, isolamento social, iatrogenia, entre outras que podem proporcionar perda de independência e autonomia.
Como sabemos os idosos hospitalizados apresentam um declínio físico progressivo e após a alta hospitalar, nem sempre conseguem recuperar o seu desempenho funcional anterior. Cabe ao fisioterapeuta  atuar neste segmento, de forma a minimizar estas “ sequelas” reabilitando o idoso de forma plena no mais breve período de tempo possível.
O fisioterapeuta do século XXI, necessita de conhecimentos a respeito não só da patologia que está sendo tratada, mas também de noções de nutrição, farmacologia, psicologia, filosofia e sociologia. Pois, não raramente será solicitado, pelo paciente, de informações a este respeito. Estas informações, certamente, não virão apenas das cadeiras do curso de fisioterapia, mas do convívio com as equipes que atendem os idosos.




Referência:


CUNHA, U e VEADO MAC- Fratura da extremidade proximal do fêmur em idosos: independência funcional e mortalidade em um ano. Revista de Ortopedia e Traumatologia, junho 2006,VOL 41, NO 6,p.195-199.


MAIA FOM, DUARTE YAO,LEBRAO ML et al Risk factors for mortality among elderly people. Revista Saúde Pública, Dec. 2006, vol.40, no.6, p.1049-1056.IBGE.